Todos temos algumas frustrações em nossas vidas. Eu confesso que tenho, algumas. Uma delas é não saber programar. Apesar de trabalhar com web há mais de 15 anos, sempre estive envolvido na parte do business como planejamento e gestão, nunca consegui tempo para estudar programação, mas admiro muito a capacidade de transformar o mundo uma linha de código de cada vez.
Desde o começo fui um empreendedor digital, mas por falta de conhecimento técnico tive que regularmente contar com desenvolvedores para tirar meus projetos do papel. No fundo, é assim até hoje em minha consultoria de e-commerce, marketing digital e growth hacking onde tenho uma ótima equipe de atendimento, design e desenvolvimento.
Não muito tempo atrás tive uma ideia. Sempre quis ter meu próprio e-commerce, mas além das dificuldades técnicas que me limitavam, nunca tive um bom produto para vender até que um dia pensei na seguinte hipótese…
E se minha experiência, meu conhecimento for o produto? Será que vende?
Bazinga! Depois de anos ajudando os negócios virtuais de meus clientes a crescer, essa era a chance de ter meu próprio negócio virtual e poder aplicar comigo mesmo tudo que venho passando há tempos para terceiros.
Criando um negócio online em menos de 2 dias
No papel as coisas eram complexas e minha equipe, como sempre, estava bem ocupada em projetos de clientes então só havia um caminho a seguir, fazer um MVP e, sozinho, colocar o time em campo para provar esta hipótese. Foi o que fiz.
Em menos de 2 dias ele estava pronto. Duas madrugadas para falar a verdade.
Preparei todo o conteúdo, usei um sistema de criação de landing pages (Instapage) para montar uma bela página de vendas, integrei um meio de pagamento (Pagar.me) para receber os pedidos, conectei este sistema de pagamentos em uma planilha do Google Sheets (usando o integrador Pluga) e integrei esta planilha com um CRM (Hubspot CRM) e uma plataforma de automação (Active Campaign).
Pronto, o circo estava montado e a máquina funcionando perfeitamente. Tudo isso sem digitar uma única linha de código.
Mandei o link para alguns amigos do mercado para ouvir uma segunda opinião e após alguns feedbacks e pequenos ajustes eles me deram o sinal verde para seguir em frente.
Lá estava eu com uma bela landing page, que aceitava pagamentos de forma segura para os clientes, com sistema de atendimento por e-mail via automação e cadastrando os compradores on the fly em meu CRM. Nada mal.
Era um sentimento que misturava tensão, expectativa e por que não, medo.
O objetivo deste MVP era provar a hipótese que a venda de serviços de e-commerce sob demanda poderia ser uma realidade e foi o que aconteceu. Lancei o projeto em um webinar sobre growth hacking, onde inclusive mostrei o passo a passo do zero de como o MVP foi criado. Você pode assisti-lo aqui. Neste mesmo dia tive meus primeiros pedidos. Hipótese validada. Check!
O resultado, a landing page de venda de minha consultoria on demand pode ser vista aqui.
O mais interessante é que há muito pouco tempo atrás, muito pouco mesmo, fazer este tipo de prova de conceito era impensável e inviável para nós “não programadores”, mas não é mais. Com foco, muitas horas de estudo na web e as ferramentas certas (as que usei estão citadas aqui mesmo neste artigo), qualquer um pode – e deve – fazer o mesmo.
Obviamente não estou dizendo que todo e qualquer negócio possa ser feito desta maneira, mas muitos sim e isso já uma mudança enorme de paradigma, já que uma grande quantidade de empreendedores não técnicos estão neste exato momento sem saber o que fazer, travados por falta de uma solução que os possibilitem tirar a sua grande ideia do papel.
Não era a primeira vez que fazia algo parecido (integrar plataformas), pois anteriormente já havia integrado minhas pesquisas de opinião (Typeform) com a plataforma de automação (Active Campaign) além de integrar o e-mail de minha empresa (Google Apps) com o CRM da Hubspot, mas essa foi a primeira vez que fiz um ciclo completo de um MVP B2C – da hipótese ao mercado – sem precisar de ajuda (atrapalhar seria a palavra mais indicada) de minha equipe interna, sempre atarefada com meus clientes.
Confesso que fiquei orgulhoso com o resultado e quando vi o primeiro pedido, me senti como John Rambo, um exército de um homem só. Literalmente.
E a sua ideia? Continua no papel? Talvez esteja na hora de tirar ela de lá e provar para você mesmo que ela é viável (ou não). O importante é que o simples fato de a realizar, tangibilizando o que até então só estava em sua cabeça, mesmo que de forma simples, já te torna diferente dos que apenas sonham.
O futuro? Com o bom resultado do MVP, estou montando uma série de outros serviços e soluções on demand que colocarei no mercado aos poucos, sempre testando sua viabilidade antes de escalar.
O segundo “produto”, que já está no ar é um curso, o [eafl id=18 name=”Ecommerce Hacks” text=”Ecommerce Hacks”], onde ensino de forma prática e bem didática, táticas não convencionais para gerar tráfego, dobrar a conversão e aumentar a retenção de clientes de lojas virtuais.
No fundo, ensino muito do que aprendi nesses mais de 15 anos de experiência e que aplico regularmente em meu próprio negócio e de meus clientes com ótimos resultados.
E depois? Não tenho a menor ideia, mas farei questão de passar por aqui para contar quando acontecer. Até lá, boa sorte no seu MVP e seja você também como o John Rambo, um exército de um homem só.
Artigo publicado originalmente no blog da Pluga.co